O Saco do Mamanguá é um dos lugares em Paraty capaz de surpreender qualquer viajante. Com uma biodiversidade enorme, o local é repleto de lindas praias, cercado por montanhas e com um manguezal ao fundo.
Seja um passeio bate e volta, seja para se hospedar por alguns dias, vale a pena incluir o Saco do Mamanguá na sua lista do que fazer em Paraty.
Sendo assim, para entender melhor porque você deveria conhecer esse lugar, leia o artigo até o fim. Você vai encontrar todas as dicas de praias, trilhas e pousadas, e saber como chegar e onde ficar.
Saco do Mamanguá: Onde fica?
Os fiordes são comuns em países da era glaciar, como Noruega e Groenlândia. Por isso, o Saco do Mamanguá é considerado o único fiorde tropical do mundo.
O Saco do Mamanguá fica no município de Paraty, mais especificamente em Paraty-Mirim. Está situado na região da Costa Verde no Rio de Janeiro.
É considerado o único fiorde tropical do mundo, já que é um braço de mar que adentra o continente entre altas montanhas. Possui 2km de largura e se estende por 8km até se encerrar num manguezal muito bem preservado.
O local faz parte da Reserva Ecológica Estadual de Juatinga. Por isso, abriga uma densa vegetação da Mata Atlântica, é margeada por lindas montanhas e possui belíssimas praias de mar verde-esmeralda.
Sua biodiversidade é realmente impressionante, uma vez que contempla inúmeras espécies de árvores, plantas e animais, tanto selvagens quanto marinhos. Além disso, é povoado por tradicionais comunidades caiçaras da região.
Segue localização do Saco do Mamanguá no mapa abaixo:
Como chegar no Saco do Mamanguá
Existem basicamente duas formas de como chegar até o Saco do Mamanguá:
- Por terra até Paraty-Mirim + barco, ou
- Por meio do passeio de lancha.
A sua escolha vai depender de como você pretende conhecer o local. Veja a seguir como funcionam os trechos.
Como ir até Paraty-Mirim
Se estiver de carro, basta seguir o GPS que não tem erro. Saindo de Paraty, pegue a Rodovia Rio-Santos (BR-101) em direção à Trindade, siga as placas até chegar no contorno logo após o Posto Parada 8.
Em seguida, vire à esquerda para acessar a Estrada de Paraty-Mirim. Dali, são cerca de 7km até chegar na praia, onde poderá estacionar o carro.
Para quem vai de ônibus, pegue a linha que vai para Paraty-Mirim da Colitur na rodoviária de Paraty. O bilhete custa R$5 e os ônibus tem saídas regulares diariamente. Desça no ponto final que fica na praia.
Como pegar o barco
Chegando na praia de Paraty-Mirim, siga até o cais que fica ali próximo. De lá, saem barcos e lanchas que levam até as praias. Uma delas é a Praia do Cruzeiro.
É lá que você encontra o famoso Pico do Pão de Açúcar, de onde se tem a melhor vista da região. Essa foi a minha opção já que escolhi fazer apenas um bate e volta de Paraty.
Mas, assim como muitos viajantes e mochileiros fazem, você pode acampar ou se hospedar por alguns dias em uma pousada em uma das vilas caiçaras da região para curtir melhor outras praias.
Se estiver em grupo, pode negociar a travessia numa lancha privativa, que dura cerca de 20 minutos. Ela deve custar a partir de R$300 e vai variar conforme a temporada. No entanto, se estiver só, pode tentar a a sorte. Foi o que eu fiz.
Como não tinha condições de fechar um barco só para mim, peguei carona com um grupo de mochileiros que conheci na hora. Ofereci de pagar minha parte, mas como o barco já estava pago, eles não quiseram me cobrar.
Por outro lado, eles não voltariam no mesmo dia, pois iam acampar. Então o que fiz foi negociar com o barqueiro para que ele me incluísse em outro barco na volta. Acabei indo na lancha de uma família que me acolheu super bem e a volta saiu por apenas R$40.
Como fazer o passeio de lancha
O passeio de lancha pelo Saco do Mamanguá é uma ótima escolha para quem quer otimizar o seu tempo e conhecer várias praias da região.
A lancha sai do cais de Paraty e segue direto até o Saco do Mamanguá, onde são feitas paradas para banho, mergulho e, com sorte, observação de espécies marinhas. Veja mais detalhes sobre esse passeio no próximo tópico.
Saco do Mamanguá: O que fazer?
Passeio de lancha
O Saco do Mamanguá é composto por 33 praias, uma mais bela que a outra
Conforme comentei anteriormente, essa é uma das maneiras mais eficientes de conhecer o Saco do Mamanguá. Você tem duas opções de fazer o passeio.
A primeira delas é chegar bem cedo em Paraty-Mirim e tentar fechar com algum barqueiro o passeio de lancha pelas praias locais. Mas é um risco chegar lá sem ter a certeza de quanto será cobrado ou se haverá barqueiros oferecendo o passeio na hora.
Portanto, se não quiser arriscar, a opção mais segura é fechar com antecedência com alguma agência em Paraty ou então reservar online uma excursão com data e hora marcada.
O itinerário do tour pode incluir diferentes paradas na região, como por exemplo: Praia do Engenho, Praia do Costa, Saco da Velha, Praia Grande e Ilhéu de Mamanguá.
Aliás, as fotos acima são de uma das praias (não me lembro qual delas) onde foram gravadas cenas da lua de mel do casal protagonista de um dos filmes do Crepúsculo.
Trilha do Pico do Pão de Açúcar
Tente ir cedo para pegar a trilha vazia e evitar filas na hora de tirar a foto nessa pedra
Para quem quer ter uma vista privilegiada do Saco do Mamanguá, sugiro fazer a trilha do Pico do Pão de Açúcar. Mas já aviso que é um trajeto bem cansativo.
Seu acesso é pela Praia do Cruzeiro, próximo ao restaurante do Orlando. É uma trilha curta e bem demarcada, sem chances de se perder nem perigo de ir sozinho.
Mas não se deixe enganar. Embora seja um percurso de apenas 1,5km, é uma subida íngreme dentro de mata fechada e com obstáculos no caminho. Por isso, a caminhada pode levar mais de 1 hora.
Apesar disso, qualquer pessoa que tenha um mínimo de condicionamento físico pode conseguir. Basta ter disposição, um tênis confortável no pé e 1L d’água na mochila.
Além disso, todo o esforço é recompensado ao chegar no topo. Afinal, de lá de cima você consegue apreciar uma vista panorâmica do Saco do Mamanguá e ter noção da incrível coloração azul-turquesa do mar. Sem contar toda a paisagem verde e o charme das lanchas navegando pelo fiorde.
Uma dica importante é checar a previsão do tempo antes de fazer a trilha. Afinal, ninguém merece, depois de uma morte lenta ao subir uma trilha desgastante, chegar lá em cima e não enxergar a paisagem porque o tempo está fechado e com neblina.
Veja como foi a minha experiência no vídeo abaixo:
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Atividades outdoor no Saco do Mamanguá
(imagem: Refúgio Mamanguá)
Por causa de suas águas calmas, o Saco do Mamanguá é um lugar propício para realizar atividades outdoor como stand up paddle, o caiaque e a canoa.
Alugar um desses é uma ótima maneira de explorar a região costeira pelo mar e relaxar. Aproveite para ir até as áreas de mangue, já que embarcações a motor são proibidas de chegar até lá por ser uma área de preservação ambiental e berçário marinho.
Cachoeira do Rio Grande
Navegando até o fundo do Saco do Mamanguá, você chega nos manguezais, onde fica a trilha para a Cachoeira do Rio Grande.
Após uma caminhada leve de aproximadamente 10 minutos, encontrará lindas quedas d’água para se refrescar. Mas o que mais surpreende é uma árvore enorme que corta o rio por cima.
Onde ficar no Saco do Mamanguá?
São poucas as opções de onde ficar no Saco do Mamanguá. Mas isso não significa que as hospedagens não são boas. Você pode optar por ficar em pousada, hostel ou camping, ou então escolher uma casa para alugar. Segue abaixo algumas sugestões do Booking:
- Pousada Refúgio Mamanguá ($$$): pousada sofisticada em meio à natureza com suítes de frente para o mar. Fica logo após a Praia Grande. Disponibiliza café da manhã, Wifi nas varandas dos quartos e canoas para remo.
- Mamanguá Eco Lodge ($$$): pousada localizada na Praia Grande, entre a praia e a natureza. Oferece quartos aconchegantes com vista para o jardim e a praia. Possui restaurante com culinária local, serviços de praia e passeios.
- Pousada Pão de Açúcar ($$): localização excelente à beira-mar e no pé do Pico do Pão de Açúcar. Oferece quartos simples, mas confortáveis. Serve refeições no local. Aluguel de SUP e caiaques disponíveis.
- Mamanguá Beach Hostel ($$): hospedagem com ótimo custo-benefício na Praia Grande. Oferece tanto quartos compartilhados quanto quartos privativos. O café da manhã está incluso na diária.
- Camping do Orlando ($): localizado na Praia do Cruzeiro, é um camping espaçoso de frente para o mar e ao lado do acesso à trilha do Pico do Pão de Açúcar. Conta com chuveiro e cozinha comunitária. Telefone para contato: (24) 99916-3532.
Se a sua intenção é apenas fazer um bate e volta de Paraty, então confira todas opções de onde se hospedar na cidade histórica.
Onde comer?
A comida tradicional caiçara é bastante famosa na região, regada a peixes frescos e frutos do mar. O Restaurante Pão de Açúcar do seu Orlando foi o único que conheci, que fica ao lado da trilha do Pico do Pão de Açúcar.
Pedi um almoço com peixe (R$30) que disseram ser individual, mas servia facilmente duas pessoas. Achei um ótimo preço, pois a comidinha é caseira, saborosa e muito bem servida. Por outro lado, a long neck de Heineken custava R$12.
Há outras opções de restaurante onde você pode experimentar comida boa também, como o Restaurante do Zizinho e o Restaurante do Dadico. Dá uma olhadinha no blog Na Proa da Vida para ver todas as sugestões de onde comer no Saco do Mamanguá.
Dicas gerais para conhecer o Saco do Mamanguá
- O que levar: protetor solar, repelente, kit de remédios, roupas leves com proteção UV, tênis ou botinha de trilha e toalha de secagem rápida.
- A energia elétrica lá é bem instável. Por isso, é bom ter uma lanterna em caso de faltar luz ou os geradores não darem conta do recado.
- Sinais de celular e internet são escassos, então não conte com isso. Deixe o trabalho em casa e vá com suas contas pagas. Aproveite para relaxar e entrar em contato com a natureza.
- Alguns estabelecimentos aceitam cartão de crédito e débito, mas outros não. E mesmo os que aceitam, há risco de não conseguir sinal. Então, como não há bancos nem caixas 24h na região, leve dinheiro em espécie suficiente para a sua estadia.
Viaje com segurança e tranquilidade: contrate o seu seguro viagem nacional.
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