Quer saber como é ter a experiência de fazer um voluntariado com a Worldpackers Brasil? Neste artigo, eu vou te contar sobre o programa e os meus trabalhos voluntários em dois estados do nordeste brasileiro. Mas antes, sugiro dar uma lida nesse guia completo sobre a Worldpackers para que você entenda melhor como funciona o programa.
Sobre a Worldpackers Brasil: breve resumo
A Worldpackers é uma plataforma colaborativa que oferece hospedagem no mundo todo em troca das suas habilidades. O viajante deve dispor de algumas horas do seu dia – cerca de 4 a 6h – para se dedicar a ajudar o anfitrião com o seu negócio. Em troca, o anfitrião disponibiliza acomodação e comida para o viajante.
Existem anfitriões espalhados em mais de 140 países, inclusive no Brasil. Dentre eles, tem hostels, pousadas, ONGs, escolas, ecovilas e muitos outros. Você pode pesquisar os trabalhos voluntários ofertados no Brasil e no mundo diretamente no site da Worldpackers. Lá você consegue buscar vagas que mais combinam com o seu perfil e objetivo de viagem.
Para se candidatar a alguma vaga, você investe uma taxa única de U$49 (dólares) e tem acesso por 12 meses às seguintes vantagens:
- Aplicação em quantas vagas quiser;
- Conversa com os anfitriões;
- Conversa com outros viajantes que já voluntariaram na sua vaga de interesse;
- Suporte 24h antes, durante e depois da viagem;
- Confirmação e aceite da sua candidatura pelo anfitrião.
Com o código ROTINAVIAJANTE, você ganha US$10 (dólares) de desconto em qualquer plano da Worldpackers, ou seja, uma economia de 20% para ter todos esses benefícios por 1 ano!
Ainda que você pegue cotações altas do dólar, o investimento vale a pena, pois com 3 ou 4 diárias você já tem o retorno do valor investido. Além disso, você também encontra facilmente muitas propriedades que oferecem café da manhã, almoço e jantar. Ou seja, você vai economizar não só com acomodação como também com alimentação.
Minha experiência de voluntariado no Brasil com a Worldpackers
Após pedir demissão do meu emprego em Setembro de 2019, resolvi que iria ter uma viagem diferente para algum lugar do Brasil. Minha primeira experiência de voluntariado com a Worldpackers Brasil foi em 2017 num hostel em São Paulo. Como eu havia gostado muito, resolvi me aplicar novamente, embora desta vez para destinos de praia. Então, embarquei para o Nordeste numa viagem solo.
Como já queria há muito tempo conhecer Alagoas e explorar o litoral de Pernambuco, então me apliquei para vagas em hostel nessas duas cidades. Foram 42 dias de viagem, divididos entre Maceió por pouco mais de 3 semanas e Recife por cerca de 2 semanas.
Meu objetivo era começar a viagem em Maceió numa pegada mais tranquila, para ter um momento de relaxar. Assim, eu conseguiria trabalhar e, ao mesmo tempo, curtir a viagem com calma. Logo após, partiria para Recife para engatar numa vibe mais animada.
Sendo assim, analisei dentre os diversos anfitriões da plataforma em ambas as cidades, filtrando a pesquisa conforme as minhas preferências. Então, escolhi hostels compatíveis com o meu perfil e que estavam alinhados aos meus objetivos. Em seguida, enviei uma aplicação por cidade e aguardei as minhas aprovações que chegaram poucos dias depois.
Você pode aplicar para quantas vagas quiser e não precisa se limitar a apenas uma por cidade como eu fiz. Desta maneira, tem mais chances de aprovação, principalmente se quiser viajar em breve. Caso seja aceito em mais de uma propriedade, selecione aquela de sua preferência e dispense as demais, sempre agradecendo o host pela oportunidade.
Trabalhos voluntários na Worldpackers Brasil: minhas aplicações
Para me inscrever nas vagas, segui algumas etapas. Em primeiro lugar, deixei o meu perfil completo e atualizado. Em seguida, preenchi 1 formulário por hostel com perguntas específicas de cada anfitrião, como por exemplo “Conte um pouco sobre você” e “Quais são suas habilidades? Como elas podem nos ajudar?”.
Essas perguntas são cruciais na seleção dos voluntários para o trabalho voluntário. É nessa hora que você deve demonstrar sua proatividade e vontade de aprender. Capriche na resposta.
Por fim, tive que definir as datas de início e fim do voluntariado. Lembrando que você deve checar o tempo mínimo estabelecido pelo anfitrião e os meses disponíveis para receber voluntários. Além disso, a sugestão das datas pode ou não ser aceita, vai depender se esse mesmo período também estará livre para os hosts.
Me apliquei com cerca de 1 mês e meio de antecedência. Por sorte, recebi a resposta da anfitriã de Maceió no dia seguinte e o de Recife no mesmo dia. Ambas as vagas eram para voluntariar em hostel. Fiquei muito feliz e já fui logo tratando de providenciar as passagens aéreas.
Nem sempre você vai receber uma resposta imediata dos anfitriões. Dependendo da época do ano ou do destino, existem propriedades mais concorridas e outras menos. Portanto, tenha paciência.
Além disso, para garantir boas chances de ser aprovado, faça suas aplicações com antecedência. Recomendo pelo menos um mês antes para aplicar para vagas não muito concorridas e no mínimo 2 meses (diria até 3) para anfitriões mais concorridos.
Caso não tenha esse prazo todo, filtre sua pesquisa com base na disponibilidade de última hora. Assim, o site vai te retornar os anfitriões que precisam de voluntários com urgência.
Saiba mais: Tudo sobre a Worldpackers: o que é, como funciona e o passo-a-passo para a sua aplicação
Experiência de voluntariado no Brasil: Maceió
Em Maceió, fiquei hospedada no Meu Hostel, um hostel design localizado em Cruz das Almas. Ele ficava pertinho da praia de Cruz das Almas e com shopping, supermercado e ponto de ônibus próximos. Eu dormia num quarto compartilhado, tinha direito ao café da manhã e ainda podia usar a bike do hostel à vontade sem custos.
O ambiente não só transmitia tranquilidade como também tinha pouco movimento. Acredito que foi pela época do ano que era baixa temporada ainda (Outubro). Por isso, foi possível aproveitar o clima sossegado para relaxar e curtir com calma, exatamente do jeito que eu queria.
Trabalho voluntário: Quais eram minhas funções?
Trabalhei com recepção, limpeza e organização. Além disso, ajudava na montagem da mesa de café da manhã nos turnos da madrugada. As atividades se alternavam conforme o dia. A carga horária do trabalho voluntário era de 5h por dia com 1 dia livre na semana.
Logo que cheguei, tive um breve treinamento de como exercer cada tarefa. No entanto, os trabalhos em si eram bem tranquilos e sem muita dificuldade de execução.
Na recepção, minha obrigação era realizar o check-in e check-out dos hóspedes, atender ligações e campainha e ajudar no que os hóspedes precisassem. Se estivesse no turno da madrugada, aproveitava para já deixar a mesa do café da manhã pronta. Por fim, em dias de limpeza, eu limpava as áreas comuns e os quartos, arrumava as camas e lavava os banheiros.
Durante toda a minha estadia, trabalharam comigo no hostel um casal de voluntários e mais 3 mulheres (2 brasileiras e 1 argentina).
Eu trabalhava em turnos alternados, variando os horários entre manhã, tarde e noite/madrugada durante a semana. Assim, nos dias em que o meu trabalho voluntário era das 6h às 11h por exemplo, eu tinha o resto do dia livre para fazer o que quiser.
Trabalho voluntário: E o meu tempo livre?
Fui para Maceió quase sem planos do que eu iria fazer por lá no meu tempo livre. Eu já tinha em mente alguns lugares que eu queria conhecer, mas acabei deixando para decidir quase tudo assim que chegasse.
Foi a melhor coisa que eu fiz. Peguei sugestões direto com a dona do hostel, poupei meu tempo pesquisando na internet e ainda economizei dinheiro. Nesse tempo, posso dizer que desbravei Alagoas de norte a sul.
Conhecendo Maceió e arredores
Inaugurei minha folga percorrendo de bike todas as praias urbanas de Maceió: Cruz das Almas, Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara. Também aproveitei alguns dias de sol para curtir o mar de Ponta Verde e as piscinas naturais de Pajuçara.
Além disso, conheci Garça Torta, uma praia muito bonita e sossegada nos arredores de Maceió. Esse é um lugar pouco explorado pelos turistas, mas um velho conhecido dos moradores. E essa é uma das grandes belezas de ser voluntária, pois você acaba se sentindo muito mais um local do que um turista.
Conhecendo as praias do litoral norte e sul de Alagoas
Em diferentes dias, conheci as principais praias ao sul de Maceió: Praia do Francês, Praia do Gunga, Barra de São Miguel e Dunas de Marapé. Ainda tive a incrível oportunidade de chegar até a Foz do Rio São Francisco, passeio lindo no município de Piaçabuçu, na divisa com o estado de Sergipe.
Depois, explorei o litoral norte de Alagoas, passando pelas praias de São Miguel dos Milagres, Praia da Lage e Praia do Patacho. Por fim, parei para conhecer Maragogi na minha ida para Recife, onde começaria meu próximo voluntariado no Brasil.
Alguns desses programas, eu fiz por contra própria. Em outras vezes, contratava o passeio com a agência indicada pelo hostel e ganhava um desconto quando eu fechava mais de um.
Às vezes, fazia o passeio sozinha e acabava conhecendo outros turistas no dia. Mas, normalmente, quando uma das voluntárias também estava com tempo livre, eu conseguia companhia.
Voluntariado em Maceió: Conclusão
Em resumo, minha estadia em Maceió foi excelente. Como eu não tinha roteiro, fui vivendo meus dias sem planos e sem pressa. Pude me conectar com o ritmo local, conheci tudo o que eu queria com o tempo que tinha disponível e fiz amizade com mulheres incríveis durante o trabalho voluntário, que sei que ainda vou reencontrar nesse mundão.
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Experiência de voluntariado no Brasil: Recife
Em Recife, fiquei hospedada em Boa Viagem no Piratas da Praia Hostel. Assim como em Maceió, eu fiquei pertinho da praia e do comércio e também dormia em quarto compartilhado. O hostel não servia café da manhã, entretanto, fornecia biscoitinhos, café e chá à vontade o dia todo.
Como eu já estaria descansada, a ideia foi mudar para uma atmosfera mais animada. E minha escolha não poderia ter sido melhor, já que o hostel tinha movimento o tempo inteiro e era bem mais agitado.
Os voluntários frequentemente se reuniam na cozinha com os hóspedes para um happy hour. Um fazia caipirinha, o outro tocava violão e as pessoas sempre interagiam. No fim, todo mundo acabava saindo junto para um boteco na rua. Era muito legal!
Trabalho voluntário: Quais eram minhas funções?
Meu trabalho era a limpeza e organização. Então eu limpava as áreas comuns, os quartos, os banheiros e arrumava as camas. Embora fossem muitos cômodos, a Dona Ziza, funcionária fixa do hostel, sempre me ajudava nas atividades.
Minha carga horária era de 5h por dia e eu tinha 3 dias de folga (sim, três!) na semana, em que eu aproveitei para turistar bastante.
Trabalho voluntário: E meu tempo livre?
Além de conhecer a própria Recife e o centro histórico em Recife Antigo, pude me conectar com os recifenses e vivenciar a cultura pernambucana de forma mais profunda. Depois, fui à Olinda, onde não apenas andei incansavelmente percorrendo as ladeiras da cidade, como também consegui pegar as prévias de carnaval rolando.
Para curtir a última folga, passei o final de semana em Porto de Galinhas. Aproveitei para visitar a Praia de Carneiros e assistir o pôr do sol no Pontal de Maracaípe.
Durante essa experiência de voluntariado no Brasil, eu fiz amizades com viajantes e mochileiros de várias partes do Brasil. Aprendi muito com histórias inspiradoras, como a de um dos voluntários que, nos momentos de folga, vendia paçoca na rua para sustentar a viagem e seu sonho de realizar um intercâmbio.
São momentos como esse, durante uma experiência de trabalho voluntário no Brasil, que me trazem grandes reflexões e deixam nossa vida mais prazerosa. Voluntariar te permite fazer novas conexões com as pessoas e com nossa própria vida e enche nossa bagagem de aprendizados.
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Worldpackers Brasil: Como ter uma boa experiência como voluntário
Por fim, para que você tenha uma ótima experiência com o voluntariado Worldpackers Brasil, siga essas dicas valiosas:
- Quando tiver dúvidas relacionadas às vagas de trabalho, não esqueça que você pode mandar mensagem para o anfitrião para esclarecê-las.
- Geralmente, você não começa a trabalhar assim que chega. Eles costumam liberar o primeiro dia, às vezes até 2 dias, para você ir se habituando. Aproveite esse momento para já ir observando o funcionamento das coisas.
- Esteja sempre disponível a colaborar, mesmo fora do seu horário de serviço. Afinal, não é porque não está no seu turno, que você não pode contribuir com outras coisas, caso precise. Claro que isso não é uma regra nem obrigação mas se, por exemplo, algum hóspede quiser tirar uma dúvida ou pedir alguma sugestão diretamente para você, esteja apto a ajudar.
No mais, aproveite cada momento como um voluntário Worldpacker, pois a experiência de um trabalho voluntário em viagem no Brasil é valiosa e capaz de trazer muitos aprendizados e crescimento pessoal.
Boa sorte com as aplicações! Se ficou alguma dúvida, deixa nos comentários!
Leia também: 17 livros que todo viajante e mochileiro deveria ler
3 Comentários
Muito legal sua experiência com a Worldpackers. Eu brinco que posso dividir minha vida em antes e depois de conhecer a Worldpackers kkkk. Obrigado por compartilhar, muito legal ver a história de outras pessoas com a plataforma.
A Worldpackers muda vidas mesmo, Lucas! Também foi um marco pra mim.
Que bom que gostou do relato. :D
Oi Larissa !
Como Quero tirar um.ano me voluntariado, como faço pra ir de uma.cidade pra outra?
Se vc puder me add no zap 21 994170923 (meu tel é do Rio mas estou no sul..rsrs) bjus